26/01/2011

O fundamentalismo nosso de cada dia

2011 mal começou e já retomamos os hábitos ruins de sempre: descumprir promessas de Ano Novo que só duram até Janeiro, reclamar dos políticos sem tomar qualquer ação verdadeiramente enérgica, assistir o Big Brother Brasil. É o mesmo xixi de gato que persistente, recusa-se a nos abandonar. E nós a ele.

Um mau hábito que tornou-se corrente no Brasil, como já era em outros países, é o fundamentalismo. Não digo que seja algo obrigatoriamente ligado à religião, mas olhem ao seu redor e me digam o contrário. A religião no Brasil tem sido o principal bastião de pessoas propensas a um comportamento radical e nocivo para a sociedade. Com mais frequência vemos igrejas de fundo-de-quintal surgindo para roubar o dinheiro suado de trabalhadores humildes em prol de obras as quais nunca tem suas contas prestadas com clareza. Mas tudo bem, afinal de contas é o trabalho "Dele".

Além da religião e talvez abastecida por esta, a sociedade está ficando mais radical. São mais casos de agressões e repressão contra homossexuais. Diabos, a eleição presidencial do ano passado, que deveria representar um avanço neste campo, foi um grande retrocesso. Demos uns vinte passos para trás sem sequer cogitar a hipótese de voltar a caminhar.

O que nos leva ao problema da política no país. Mantenho minha posição de que, até que me provem o contrário, todos os políticos são corruptos. Gostaria de ser surpreendido mais vezes com histórias de pessoas com notória vida pública que recusam-se a sujar suas mãos. Entretanto dia após dia, somente vemos sinais na direção oposta. Ontem passei boa parte do dia fazendo um treinamento sobre a lei anti-corrupção dos EUA (FCPA) e mais tarde tornei a buscar estatísticas sobre a evolução dos medidores de corrupção ou combate à mesma no Brasil. Deu vontade de chorar, sério.

Mas talvez seja parte intrínseca da nossa natureza continuar piorando, não cumprir nossos pactos pessoais e seguir caminhando com passos largos rumo ao caos. Vamos ligar a televisão, dar as mãos e ignorar.

25/01/2011

Então,

eu sei que estou sumido. Após quebrar meu recorde anual de postagens, Novembro e Dezembro foram dois meses deploráveis. Mas tenho certeza que há alguém aí fora que ainda espera para ler o que eu escrevo. I wanna believe.

Talvez por isso esteja ouvindo tanto os Ramones, referência nerd de "Arquivos X" à parte. Como ferramente de desculpa, tenho achado incrivelmente difícil escrever quando não acontece nada de novo ou quando muitas coisas estão acontecendo ao mesmo tempo.

Se for reconfortante, recentemente descobri que o "antigo" pode ser estimulante. Relembrar coisas passadas, noites perdidas, dias que nunca aconteceram. Isso tudo, ou nada, me transformou naquilo que sou hoje em dia e consequentemente deveria carregar tudo comigo. Logo, minha fonte de inspiração não precisa ser imediata e renovável. Basta olha para o lado que ela ainda está lá.

Ou aqui.

Esperem novidades em breve.