19/03/2010

Independência ou Royalties

O texto abaixo é anônimo (ou alguém limou injustamente o nome do autor) e o twitter do "movimento" (ainda) não tem seguidores, mas achei engraçado. Eu votaria por uma monarquia, assim consigo motivação para resgatar meu título de nobreza. Viva a utopia da França Antártica... Ehr, digo, da República do Rio de Janeiro!

Bart

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Povo do Rio, uni-vos! Admiro todos aqueles que prontamente saíram em defesa do Rio contra a violência da emenda Ibsen Pinheiro. Existe, entretanto, um problema de foco nas reclamações. Nós fomos agredidos, querem tirar de nós 7 bilhões de reais por ano, o que significa decretar nossa morte. Qual estado no mundo sobrevive com uma perda abrupta de receitas desta grandeza? Precisamos contra-atacar com a mesma força. Não nos limitemos a reclamar o que queremos nos tirar - os 52,5% que temos direito. Por que não reclamar para nós os 47,5% que hoje não temos direito?

Sim, queremos os 100% dos royalties de petróleo e se o resto do Brasil não aceitar, declaremos Independência, criemos um país e, este sim, inequivocamente, terá direito a 100% dos royalties! Vamos fazer do limão uma limonada. Chegou a nossa hora, vejamos.

Somos 16 milhões de pessoas, temos 43 mil km2 e muitos indicadores sociais comparados a países desenvolvidos. Seríamos o 45o. país do Mundo por PIB, acima do Uruguai e Chile e um pouco atrás da Argentina, mas por pouco tempo. Lembre-se, com 100% dos royalties do pós e pré-sal, já-já pegamos os hermanos e ficaríamos apenas atrás do Brasil. Temos uma geografia ímpar, com praias e montanhas. Temos rica cultura, com destaque para o carnaval e a bossa nova, um gênero musical internacional. Quantos países tem o seu? Temos belezas naturais, como o Pão de Açucar, e um monumento de rara beleza, eleito umas das sete maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor. Temos até o oitavo maior bilionário do planeta, que poderá dar recursos para nossa campanha de independência. Se ele bancou a campanha da RIO 2016 e a despoluição da Lagoa, com certeza vai embarcar nessa.

Temos as mais lindas mulheres, Copacabana e o Leblon (ah, o Leblon...). Temos cidades turísticas para todos os gostos. Históricas, como Paraty. Litorâneas, como Angra ou Búzios, e de serra como Itaipava ou Mauá. Temos o melhor time de futebol do Brasil (amigos, não quero fazer avaliações subjetivas que nos desunam neste momento, mas o Flamengo é o atual campeão brasileiro, é um fato).

Temos as Olimpíadas de 2016 na cidade do Rio e a copa de 2014 que será, a princípio, no Brasil. Lembrem-se que nós temos o João Havelange e o Ricardo Teixeira. Separando-se do Brasil, onde você acha que ficará a copa do Mundo? Pense. Com o dinheiro dos royalties criaremos novas sedes, reformaremos os estádios de Caio Martins (Niterói) Godofredo Cruz (Campos) e Alair Correia (Cabo Frio) e Raolino de Oliveira (Volta Redonda). Porque não criar uma sede em Angra, Itaipava ou Mauá. Nós podemos, teremos 100% dos royalties.

Temos localização estratégica, no litoral e com boa infraestutura portuária e areoportuária (quando a Infraero largar o Galeão deixaremos ele um brinco) para escoar nossa produção. Estamos ao lado de dois mercados consumidores de massa, São Paulo e Minas, que compram tudo que tem o estilo de vida do Rio. É uma pequena China ávida por nossos produtos, logo aqui do lado, e agora geraremos superávits comerciais por exportar. Para cada bermuda da Osklen que um playboy paulista comprar (eles compram muito), mais um trocado entrará na nos contas externas do nosso país. A Rede Globo vai exportar novelas para todo Brasil, gerando mais divisas para o país. Imagina se cobrássemos royalties sobre tudo mais que eles copiam: nosso carnaval, nossos botequins, nosso funk...

Com tantos atrativos e recursos para resolver nossos problemas históricos, mais e mais turistas brasileiros virão ao Rio de Janeiro. Terminaremos de vez com o problema da violência nas comunidades, o Vidigal virará uma Positano carioca. Imaginem: hotéis, lojas bares e restaurantes com vista cinematográfica das praias do Leblon e Ipanema. E nós exigiremos visto, poderemos escolher quais paulistas, mineiros ou gaúchos queremos receber, evitando uma invasão no nosso Rio.

Poderemos escolher nosso sistema de governo. Que tal uma charmosa monarquia a beira mar, como Mônaco? Apenas como exercício, pensem em Eike Batista I como nosso Rei, o Rei do Rio de Janeiro. Que tal? Se não gostou, podemos ficar na democracia mesmo. Cabe a nós decidir o nosso futuro. O importante é que nos livraremos do Lula e não precisaremos escolher entre Dilma e Serra. E o melhor, não precisamos carregar um fardo chamado Brasil.

Já temos toda estrutura para receber o governo do novo país. O chefe de estado volta a ser instalar no histórico Palácio do Catete, teremos uma única câmara (o senado brasileiro já nos mostrou que não tem motivo para existir) que ficará instalada no Palácio Monroe, totalmente reconstruído.

A hora é de ação, precisamos nos mobilizar que vai dar certo! Como eu sei? No momento que declararmos independência viraremos um assunto de política externa para o Lula e aí, amigo, a história nos diz: ele entuba tudo. Aceitou desapropriação de ativos brasileiros na Bolívia, perdoou dívida de vários países, reconheceu a China como economia de mercado e ainda vai entubar uma sucata aérea francesa para defender as fronteiras do Brasil.

No pior dos casos, damos nossa cartada final. Apoiamos o Brasil para uma assento no conselho de segurança da ONU em troca da tão sonhada independência. E, por fim, a maior das injustiças já cometidas à esta cidade será revertida. O Rio voltará a ser a capital do país, a capital do Rio de Janeiro! Chegou a nossa hora, Independência ou Royalties, esse é o nosso grito!

Você deve se perguntar, este país não tem defeitos. Sim, amigo, todo país tem, nós não estamos livres também. Teremos uma extensa fronteira com o Brasil. O Brasil do Ibsen Pinheiro.

Junte-se a nós!

Movimento Rio Independente
rioindependente@hotmail.com
twitter: @independenterio

3 comentários:

Henrique de Andrade disse...

Incrível como conseguiram fazer um texto desses sem falar de fechar as fronteiras para a imigração nordestina!

Bart Rabelo disse...

Sabe o que é mais bizarro? Recentemente percebi que existe um sentimento anti-nordestino no Rio de Janeiro. Cara, quando foi que eu dormi que nunca percebi isso acontecendo aqui? Tenho lido sobre isso de forma aberta ou velada em vários blogs e social networking de pessoas aleatórias, medo.

Jonara Oliveira disse...

também achei estranho não falarem dos nordestinos... Pra ver comentários anti-nordestinos e uma série de outras coisas idiotas, basta ler os comentários das matérias no Globo. De qualquer forma, ri bastante com o manifesto deles.