20/11/2005

Equador: Quinto Dia

O quinto dia de viagem começa com um pequeno relato do final do quarto dia. Ontem à noite fui para um restaurante mexicano, muito simpático, e pedi um burrito. A garçonete me perguntou se eu tinha certeza, pois era "desse tamanho" (mostrou com as mãos um espaço de quatro a cinco palmos de comprimento). Eu disse que estava tudo bem... Me assustei, pois o burrito era mesmo do tamanho de um pão baguete. Horas depois, consegui terminar de comer aquela delícia, que só custou dezesseis reais - qualquer restaurante mexicano no Brasil cobra o mesmo preço por um burrito com um quarto do tamanho daquele que comi ontem.

Depois decidi que era hora de procurar alguma boite, para beber uma cerveja e ouvir o que os equatorianos gostam numa balada. Me deram o flyer de um lugar chamado "Bloom's", e lá vou eu. A entrada era apenas três dólares, e ainda dava uma bebida (cerveja, rum ou vodka) de graça. Entrei, pedi a cerveja e fiquei no meu cantinho ao lado do bar vendo a boite encher aos poucos. O lugar era pequeno, mas simpático. Bem, pelo menos o pessoal do bar - o DJ era um carrancudo mal humorado que parecia estar fazendo um favor enorme por trabalhar lá.

A balada começou com bastante electro e techno, ou seja, nada de anormal. Mas quando a discoteca ficou cheia, e isso por volta de dez horas da noite, o DJ começa a fazer uma série de viradas com uma música estranha, mas que levava todos à loucura. Era o tal de reggaeton. Imaginem uma mistura de rumba, reggae, com batidas de tambores metálicos (tradicionais do caribe) bem fortes e cadenciadas, tudo acompanhado por letras... Hum... Bastante calientes. Isso é reggaeton, e pessoalmente eu achei um lixo. Entretanto, perseverei. Algum tempo depois começou a tocar um pouco mais de electro e techno, para meu alívio. Porém mais tarde, outra surpresa desagradável.

Funk. E todos foram à loucura.

Já tinham me dito que o funk é bastante famoso aqui, por causa de alguns grupos de dança "funk" do Brasil vieram ao Equador para tentar a vida, e conseguiram. Os mais famosos são o "Tá Dominado" e o "Exporto Brasil". Eles ficaram tão famosos que o pessoal do primeiro grupo foi chamado para fazer uma novela na televisão. Bizarro, no mínimo. Outra brasileira bastante falada por aqui é uma tal de Paloma, que apresente um programa na televisão e é considerada a apresentadora mais importante do país. Obviamente, ela é muito bonita. O mais engraçado é que os equatoriano pensam que a Palomita e os grupos de dança são super-famosos no Brasil, e se decepcionam quando digo que ninguém jamais ouviu falar deles.

Depois dessa, fui embora da boite, e já era cerca de meia-noite. Peguei um taxi, e o motorista contou (para meu horror e incompreensão) que todos os bares, restaurante e discotecas tem que fechar até as duas da manhã. Pelo menos assim diz a lei. Quando conto que no Rio os bares e boites só fecham por volta de cinco, seis da manhã, os equatorianos acham que o Rio é a cidade mais segura do mundo para se divertir. Seria que se fosse assim, não?

Hoje acordei e fui para a cidade da Mitad del Mundo. Basicamente, há um parque com um monumento, por onde "passa" a linha do Equador. Ela está pintada no chão e tudo, eu tirei foto com um pé de cada lado e todas as outras bobagens que um turista faz. Mas fiquei pouco tempo lá, pois as lojas são caras - muito caras. Em Otavalo tudo é mais barato, porque você pode barganhar. Aliás, você deve barganhar. Posso dizer que a Metade do Mundo é bastante sem graça, mas já que estava lá e paguei a entrada eu dei umas voltinhas, para não achar nada de interessante a fazer.

Voltei para o hotel, assisti televisão e comecei a organizar as fotos da minha máquina. Nada mais. Agora vou sair e procurar algum restaurante aqui por perto, pois não quero dormir tarde. Amanhã pretendo ir ao centro histórico de Quito, mas bem que gostaria que tivesse vaga num vôo para mim. Estou ficando entediado, acho que o Equador "já deu o que tinha que dar". Hasta luego.

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