07/07/2009

Meu ídolo, Michael

O assunto mais batido do momento é com certeza o falecimento do Michael. Recentemente levei uma boa lição de uma amiga por fazer um julgamento prematuro demais da vida conturbada dele sem antes me informar melhor. No mesmo dia magoei um amigo que, não sabia, tinha Michael como seu maior ídolo. Desde então decidi que não faria mais piadas ambíguas e sarcásticas, nem reclamaria de toda a exposição oportunista que sua morte teve, muito menos das pessoas que de repente "lembraram" que gostavam dele. Mas hoje, no almoço, vi parte do seu funeral e não pude deixar de pensar em algumas coisas.

Sinto falta do outro Michael. Ele era um músico criativo, inovador e fiel aos seus princípios. Nunca se vendeu, sempre fez aquilo que amava e como era bom nisso! Sempre lutava com todas as forças do corpo. Tinha uma legião de fãs fiéis que o amavam, respeitavam e dão valor ao legado musical que deixou. Na verdade mais do que isso, Michael tinha uma crença ferrenha em seus princípios e ética pessoal, o que era realmente contagiante. Todos nós, seus fãs, acompanhamos com esperança sua luta contra o câncer no cérebro.

Outro Michael que inspira minha vida está longe de nós há algum tempo. Ele era muito talentoso e sensível, um virtuoso de rara estirpe e que se fez sozinho. Amado e apreciado por todos que o conheciam, posso dizer que ele é a razão principal para que hoje em dia eu tenha guitarras em casa. Sua genialidade e carreira brilhante foram violentamente interrompidas por um motorista bêbado.

O Michael do Primeiro parágrafo é Chuck Schuldiner (Charles Michael Schuldiner), guitarrista e cantor fundador do Death. O segundo Michael é Criss Oliva (Christopher Michael Oliva), guitarrista e membro fundador do Savatage. São dois músicos que tocaram minha vida de uma forma completamente singular, sendo o segundo postumamente. Eles ajudaram a dar forma com notas, melodias, harmonias e palavras, a coisas que eu só conseguia visualizar abstratamente.

Chuck Schuldiner perdeu a luta contra o câncer em 13 de Dezembro de 2001. Fiquei chocado com a notícia, foi horrível. Na época todos os fãs haviam se mobilizado para conseguir dinheiro para seu tratamento, seja com arrecadação de renda em eventos ou venda de pôsteres. Mas não deu certo. Criss Oliva foi arrancado de nós em 17 de Outubro de 1993, mesma data na qual em sua memória eu não bebo nada que seja alcóolico. Não que isso não seja difícil, mas na minha cabeça se um dia eu conseguir reunir bastante gente para fazer o mesmo em sua memória, já será um ato digno. Também é um dia para se divulgar com mais forças campanhas anti-consumo de álcool entre motoristas.

Os Michaels que são meus ídolos morreram quando estavam no auge de suas carreiras, em suas melhores formas. Criando, trabalhando, produzindo como nunca. Suas vidas foram ceifadas de forma drástica e nós, fãs, privados para sempre do privilégio de ao menos saber que eles estavam em seus lares, com suas famílias, prontos para nos trazerem mais alegrias com novos discos e turnês. Já sobre o Michael que voltou à moda e ao topo somente porque morreu, não tenho mais nada a dizer. Que todos descansem em paz.

Nenhum comentário: