13/04/2015

Le Voleur des Mobiles

Normalmente eu me orgulho de viajar mantendo um "perfil discreto", o que me ajuda a evitar confusões e problemas. Ontem, no aeroporto em Paris, eu estava indo muito bem neste sentido: saí em tempo recorde do avião, saquei dinheiro, peguei minha mala em segundos. Tudo estava funcionando muito bem. Até que comprei um chip SIM temporário para meu celular.
Quando fui trocar o chip, descobri que o sistema anti-roubo que eu tinha instalado é mais eficiente do que imagina. Era tão silencioso e eficiente que eu até havia esquecido que ele existia. Vou além: inclusive esqueci qual era a senha dele, visto que nunca precisei usá-lo.
Isto fez com que o meu celular passasse cerca de 20 minutos com a tela travada e apitando um alarme em volume máximo dizendo: "ATTENTION! THIS PHONE HAS BEEN STOLEN!" Yeap. Em inglês. De forma que todo mundo ao meu redor conseguisse escutar.
Para quem não entende a seriedade deste tipo de situação, imaginem o seguinte: a França é um país que leva a segurança pública muito a sério. Sua polícia não deixa espaço para brincadeira e militares fazem rondas regulares nos aeroportos.
Desliguei o telefone para colocar de volta no chip da Oi, mas foi inútil: o dano já estava causado. O sistema anti-roubo pelo visto era mais esperto que eu e continuava achando que foi roubado. O jeito foi colocar novamente o chip temporário francês, tapar a saída de som com um dedão e torcer para que múltiplas tentativas de senha não travassem de vez meu telefone. Este foi o momento:
"USE A FORÇA, LUKE!"
Fechei os olhos, me concentrei. Acessei áreas da minha memória perdidas há muito tempo. Lembrei de coisas que talvez não devessem ter sido desencavadas, mas no final, veio o lampejo: sim, a senha apareceu queimando na minha mente.
Digitei.
O alarme parou.
Respirei aliviado. O pesadelo havia acabado.
O lado bom é que estou vivo e inteiro, nenhum policial ou militar me jogou de cara no chão achando que eu era um ladrão de celulares.

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