12/03/2012

Kindle? Mas o quê diabos é isso?

O Kindle é um aparelho impressionante. Trata-se de um leitor de livros em formato eletrônico, vendido pela Amazon (famosa loja virtual originária dos EUA). Eu era muito reativo com relação a ele, as pessoas que me falavam sobre como era prático, bom e fácil de usar, mas sempre me recusava a testá-lo. Meu apego aos livros de papel, empilhados na estante da parede sempre foi notório. Quem me conhece bem sabe que eu tenho muito cuidado com minhas coisas, especialmente meus livros e cartas. Capas danificadas, páginas com orelhas, rabiscos e rasuras são totalmente inaceitáveis.

Um amigo estava vendendo o Kindle dele e percebi que seria uma ótima oportunidade de investimento para a Clara, que começou no ano passado a estudar Letras-Francês e por este motivo tivemos que gastar uma pequena fortuna em livros. A minha idéia de dar o Kindle para ela seria investir na a compra de livros de referência mais baratos (livros em formato virtual na Amazon são cerca de 20% a 30% mais baratos que as versões impressas) e com maior facilidade, assim como ter acesso à literatura em domínio público, a qual nas línguas francesa e inglesa tem ampla divulgação e distribuição, ao contrário da língua portuguesa.

O assunto do domínio público, por si só, é muito interessante. Poucas pessoas costumam saber que no Brasil uma obra se torna domínio público 70 anos após o falecimento do(s) seu(s) autor(es). Mas isso fica para depois, o negócio agora é o Kindle.

Vendo a Clara se divertir com o aparelho dela começou a mexer comigo, então no ano passado uma oportunidade apareceu por um ótimo preço e comprei um para mim, igual ao dela. Neste meio tempo, eu já estava lendo o terceiro livro da série "A Song of Ice and Fire", do George R.R. Martin... Vulgarmente conhecida no Brasil como a série "Guerra dos Tronos". Mudei imediatamente do "papel" para a "tela" e não me arrependo nem um pouco.

Hoje estou lendo mais rápido e com mais conforto. O Kindle permite que você ajuste o tamanho e tipografia da fonte, o espaçamento das linhas, as margens. Você não precisa mais ficar segurando o livro em posições desconfortáveis que mudam a cada virada de página, apenas uma posição, fixa (a melhor possível) já basta. Virar páginas? Coisa do passado. Com um simples clique as páginas vão voando à sua frente, não mais contadas individualmente, mas sim na porcentagem total da leitura realizada do livro. Como bem disse um amigo certa vez, com o Kindle a gente não pergunta mais para os outros "em qual página você está?", mas sim "em qual porcentagem do livro você já chegou?" Isso para não mencionar que a tela com tecnologia e-Ink, que simula uma folha de papel impressa, realmente funciona que é uma maravilha - você lê à vontade, pode bater luz, sol, sombra, sem estresse. Mas se estiver escuro, você precisará acender uma luz de leitura.

Desde o ano passado rumores indicam que a Amazon pretende abrir sua loja virtual no Brasil, para vender aparelhos Kindle localmente e difundir ainda mais o formato de livros eletrônicos entre o nosso mercado consumidor com bom poder aquisitivo, empreitada que a Saraiva ainda não conseguiu com sucesso. O prego no caixão das lojas que não conseguirem se adaptar seriam os rumores cada vez mais fortes de que a partir de agosto a Amazon não apenas venderá os seus modelos de Kindle no Brasil, mas também o fará a preços bastante próximos daqueles praticados nos EUA, graças a uma estratégia de mercado agressiva, aliada à perspectiva de eventual produção dos aparelhos por aqui, graças à isenção de alguns impostos para a fabricação de tablets que foi concedida pelo governo brasileiro no ano passado.

Meu veredito final? Se você gosta de ler muito, o Kindle vai melhorar sua experiência. Na verdade, depois de se acostumar com o dispositivo, é difícil viver sem ele.

2 comentários:

Clara Edwiges disse...

Kindle, me gusta *.*

Jonara Oliveira disse...

Tenho um Sony Reader... uma maravilha, pra todo lugar que eu vou ele vai comigo. Nada como ler um livro de 900 páginas num troço do tamanho de um pocket :P